Luísa Teixeira faz o balanço de 2021 e as perspectivas para 2022 na Arquitectura
Ao reflectirmos sobre os últimos (novos) tempos não podemos deixar de pensar que vivemos momentos de incerteza pois que se em 2020 estávamos ainda, a maioria de nós, com empresas saudáveis e em crescimento, o ano de 2021 chegou (e manteve-se) com a insegurança afectada pelo arrastar de uma crise sanitária que continua sem fim à vista. Estes tempos, novos para todos nós, atirou o sector da arquitectura para um segundo plano em que a economia se viu desde logo afectada com o adiar de projectos de maiores dimensões. E foi mais difícil para a maioria das empresas o ano de 2021 ainda que o segundo semestre já tenha dado alguns sinais de retoma, ainda frágil face à incerteza que se vive. Estamos em modo de espera com os olhos postos no futuro: todos queremos ultrapassar este impasse para que possamos retomar o normal funcionamento na nossa actividade. Para 2022 prevêem-se algumas tendências (e desafios) que passam por aceitar (e acompanhar) que a inteligência artificial vai ganhar terreno e a arquitectura tem que acompanhar esta evolução. Igualmente a sustentabilidade está cada vez mais intricada à arquitectura e é preciso avançarmos rumo a projectos totalmente sustentáveis e criar mecanismos que não afastem os clientes de opções saudáveis por requererem meios dispendiosos. A flexibilidade também vai ser muito importante nos tempos mais próximos pelo que os arquitectos têm que pensar em espaços que possam ter múltiplas funções desde a necessidade de criar espaços de habitação onde as pessoas se sintam felizes e confortáveis a trabalhar, a criar espaços de trabalho inovadores e que permitam o distanciamento social. Por último elegeria a criatividade como um desafio neste novo ano: é preciso encontrar soluções inovadoras que a cada momento nos desafiem na nossa profissão e surpreendam os nossos clientes! Na perspectiva da gestão estes tempos foram muito desafiantes pela rapidez com que nos levaram a criar novos métodos de trabalho aliados à necessidade de uma melhoria contínua, pelo desafio que é manter as equipas unidas à distância e pela necessidade de manter a responsabilidade empresarial activa nas nossas empresas. Por outro lado, é na escassez e na incerteza que os gestores são chamados a pensar “fora da caixa”, a reflectir sobre como transformar as dificuldades em novas oportunidades. Isto tudo é solicitado aos gestores que ainda têm que manter a resiliência de forma a nos prepararmos para a fase seguinte, quando a economia despontar no rescaldo do Covid em que se espera que o investimento, seja português ou estrangeiro mantenha a nossa área desperta e nos permita desenvolver o que mais gostamos – cada vez melhor arquitectura para que possa ser vivida pelas pessoas.